sexta-feira, 8 de novembro de 2024

CPTM é contratada pelo governo do Rio para buscar solução para SuperVia

Companhia, que está prestes a perder o status de operadora, irá receber R$ 2,4 milhões para produzir estudos para a Central Logística, órgão vinculado à secretaria de mobilidade do estado

A caminho de ter suas linhas de trens metropolitanos concedida à iniciativa privada, a CPTM está buscando alternativas para gerar receita e uma delas foi fechada nesta quinta-feira, 7, com o governo do estado do Rio de Janeiro.

A companhia assinou contrato com a Central Logística, ligada à Secretaria de Transporte e Mobilidade Urbana (SETRAM) do estado para prestar serviços de estudos técnicos e financeiros a fim de recuperar o sistema de trens urbanos hoje nas mãos da SuperVia.

O contrato, no valor de R$ 2,4 milhões, tem prazo de entrega de apenas 30 dias, segundo informações adiantadas pela CPTM a um veículo de imprensa – a divulgação do comunicado oficial só ocorrerá no final desta tarde.

Os ramais de trens urbanos do Rio de Janeiro passam por uma crise em meio a problemas com a concessão à SuperVia. Falhas, invasões, atrasos e evasão de receitas têm ameaçado a operação e própria concessionária já manifestou o desejo de deixar o contrato.

Segundo a CPTM, os estudos que serão produzidos fornecerão um orçamento de custo de operação e manutenção da malha de 270 km, cinco ramais e 104 estações que transportam apenas 300 mil passageiros por dia.

Mudança de enfoque

Empresa criada para assumir o serviço de passageiros que era prestado pela CBTU (União) e Fepasa (estado), a CPTM iniciou operações em 1994 e passou a ter sob sua responsabilidade seis ramais a partir de 1996.


Em 2018, a primeira linha desenvolvida e construída por ela (Linha 13-Jade) estreou serviços, mas logo em 2022 a companhia viu as linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda serem repassadas para a ViaMobilidade.

Em 2025 será a vez da Linha 7-Rubi, parte de um pacote que inclui o Trem Intercidades São Paulo-Campinas. Também no ano que vem irão a leilão as linhas 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade.

Restará apenas a Linha 10-Turquesa, mas que também será concedida em conjunto com o projeto da Linha 14-Ônix.

Sem ramais para operar, a CPTM pode ver algumas divisões de planejamento e projeto serem incorporadas a uma nova estatal, juntamente com o Metrô e a EMTU.

O objetivo? Prestar serviços a terceiros e desenvolver estudos de expansão da malha sobre trilhos em todo o estado.

Vimos no Metrô/CPTM

terça-feira, 5 de novembro de 2024

Diretor da ViaMobilidade promete melhorias para as linhas 8 e 9 ainda em 2024

Em entrevista à revista, André Costa prevê Wi-Fi e previsão de tempo de espera nas estações, mas disse que redução do intervalo não é prioridade

Perto de completar três anos à frente das linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda em 27 de janeiro do ano que vem, a ViaMobilidade ainda é alvo de críticas diárias de usuários e continua a provocar pânico em algumas ocasiões, como no recente curto-circuito em um trem novo da Série 8900.

Mas para o diretor da concessionária, André Costa, o pior já teria passado. O executivo, que trabalha no Grupo CCR há 20 anos, concedeu entrevista para a revista Exame, onde prometeu novidades nos ramais ainda em novembro.

Costa culpou a “herança” recebida da CPTM que, segundo a revista, estaria “sucateada”, o que seria a razão das inúmeras falhas e acidentes registrados nesse período.

O executivo, no entanto, não explicou por que as linhas 8 e 9 operavam com um número de problemas bem menor na época da estatal.

Reduzir intervalo não é “objetivo principal”

Segundo ele, mais de R$ 3,5 bilhões foram investidos nos dois ramais e que isso se refletiu numa queda de 60% nas falhas na rede aérea.

Em outro trecho, o diretor da ViaMobilidade afirma que a empresa introduziu o loop entre as estações Mendes-Vila Natal e Pinheiros, que reduziram o intervalo de 7 para 4,5 minutos em horário de pico.


Novamente não há referência ao fato que a CPTM já praticava essa estratégia há muito tempo, só interrompida em virtude da pandemia.

Confrontado sobre uma possível redução do intervalo entre os trens para 3 minutos, André Costa afirmou que esse “não é objetivo principal“, e sim “oferecer confiabilidade e rapidez ao passageiro“.

O governo, no entanto, pretende padronizar o sistema de sinalização com o padrão ETCS em todas as linhas de trens metropolitanos e com isso viabilizar a redução do headway.

Wi-Fi nas estações e painel com previsão de espera

Ao menos três novidades estão sendo esperadas até o final do ano, afirmou Costa. A primeira delas é a chegada do 36º e último trem da Série 8900, fabricado pela Alstom, que deve o ocorrer neste mês.

Embora não tenha comentado na entrevista, a nova composição deve entrar em serviço no início de 2025 e com isso a concessionária poderá devolver os trens emprestados da CPTM nas semanas seguintes.

Até dezembro são esperados os painéis com informação em tempo real sobre o tempo de espera pelos trens a implantação de Wi-Fi gratuito nas estações em parceria com a empresa Linktel.

Por fim, André Costa citou a melhora geral nos indicadores operacionais, que estão na faixa de 86% a 87%. Desde o início da operação, no entanto, a concessionária não atingiu os valores mínimos exigidos pelo contrato.

Mais preocupante ainda é a percepção dos seus usuários, que continuam a reprovar o serviço, sinal que há uma certa distância entre o discurso e a prática.

Vimos no Metrô/CPTM