Governador de SP alegou que, sem reajuste, terá que tirar dinheiro de outras áreas para elevar subsídio estadual, que está em R$ 2 bilhões por ano. Preço não sofre alteração desde janeiro de 2020 e poderá subir no próximo ano.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), sinalizou nesta quarta-feira (29) que pode aumentar o valor das tarifas de Metrô, CPTM e trens metropolitanos privatizados em 2024.
A tarifa está congelada desde janeiro de 2020 em R$ 4,40 e, segundo o Tarcísio, a falta de reajuste prejudica a situação financeira das empresas públicas, como Metrô e CPTM.
"A tarifa está congelada há muito tempo e a gente tem que começar a fazer conta. Ou eu repasso alguma coisa pra tarifa ou a gente permanece com ela congelada e eu aumento o subsídio. Quanto mais tempo a tarifa ficar congelada, mais subsídio a gente vai ter", defendeu.
"Quando entra mais subsídio, vou ter que tirar de algum lugar. O orçamento é finito. Vou ter que tirar de alguma política pública. Vou ter que colocar na balança qual é a política pública que vai pesar mais. Porque não tem almoço de graça", afirmou.
Ainda de acordo com o governador, a tarifa não subiu, mas o custo de operação do sistema, sim. "Eu tenho uma responsabilidade contratual de manter o sistema operando. Até porque as empresas públicas, Metrô e CPTM, não vão ter solvência financeira se não houver repasse. E o fato da tarifa estar congelada há muito tempo vai prejudicar a saúde financeira das empresas", afirmou.
Apesar da sinalização, o governador disse que ainda não tem uma decisão final sobre o reajuste tarifário para o próximo ano. Ele disse que a decisão final deve sair no final de dezembro.
Governo X Prefeitura de São Paulo
A fala do governador de SP contraria a ideia do prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), que tem sinalizado a intenção de manter o preço das passagens congelado por mais um ano, em virtude da eleição municipal do ano que vem, em que é candidato à reeleição.
Na noite desta terça (28), Tarcísio e Nunes tiveram uma reunião longa no Palácio dos Bandeirantes, onde discutiram vários assuntos de interesse do estado e do município por duas horas e meia.
Apesar do encontro, Tarcísio voltou a dizer nesta quarta (29) que é contra a implantação da tarifa zero em São Paulo mesmo aos domingos ou no período noturno, como é a intenção de Ricardo Nunes em implantar a partir de dezembro, nos ônibus da capital.
“Ele [Nunes] parte do pressuposto que no domingo e à noite os ônibus operam muito abaixo da capacidade. Isso é fato. Mas não é só aos domingos. Isso acontece todos os horários. Quando você libera o transporte em dia de Enem, quanto é que custa? Custa mais de R$ 10 milhões por dia. Então, se você pegar 54 finais de semana no ano, a gente tá falando só nessa ‘brincadeira’ de R$ 540 milhões por ano. Meio bilhão de reais”, afirmou.
“Hoje o subsídio na prefeitura tá na casa dos R$ 5 bilhões, no estado, na casa de R$ 2 bi. Quando você faz a conta pra sustentar um sistema que está transportando mais de oito milhões de passageiros por dia, você vai ver que essa conta é muito grande. Você vai subtrair, prejudicar de forma muito importante políticas públicas como Saúde, Habitação e Educação. São estruturas de custos completamente diferentes transportes sobre pneus e sobre trilhos. Então, não vejo viabilidade financeira você dar esse passo”, disse o governador de São Paulo.
Vimos no G1
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