terça-feira, 2 de junho de 2020

Linha 15 - Prata do Monotrilho volta a operar em SP após três meses de paralisação

Linha 15 - Prata do Monotrilho reabre para os passageiros nesta segunda-feira (1). — Foto: Phillipe Guedes / TV Globo 

A operação foi retomada às 17h entre as estações Vila Prudente e Jardim Planalto. O trecho entre o Jardim Planalto e a estação São Mateus segue sendo feito pelo sistema de ônibus PAESE. O monotrilho não opera desde 29 de fevereiro, após falha no sistema de pneus.

O Metrô de São Paulo anunciou nesta segunda-feira (1) que a Linha 15 - Prata do Monotrilho voltou a operar na capital paulista, após três meses de paralisação. A operação foi retomada entre as estações Vila Prudente e Jardim Planalto de forma monitorada. 

De acordo com o Metrô, o trecho entre o Jardim Planalto e a estação São Mateus segue sendo operado pelo sistema de ônibus PAESE e ainda não tem nada para voltar a funcionar normalmente. 

"À partir desta terça-feira (2), a linha vai funcionar em horário normal, das 4h40 à 0hs, entre Vila Prudente e Jardim Planalto, que conta com 9 km e 7 estações. Os passageiros que precisarem fazer os trechos entre São Mateus e Jardim Planalto continuam contando com os ônibus da operação PAESE. 

Assim como as demais linhas do Metrô, a L15-Prata irá circular com "Operação Monitorada", quando a oferta de trens é adequada à demanda do momento e são injetados trens para atender a circulação, sempre que necessário", disse o comunicado do Metrô. 

A data do retorno da operação tinha sido revelada pelo secretário de Transportes Metropolitanos Alexandre Baldy na última sexta-feira (29). 

A paralisação completa 94 dias nesta segunda-feira (1°). Em 29 de fevereiro, o funcionamento foi interrompido após uma falha no sistema de pneu dos trilhos. 

Em nota, a Bombardier, empresa fabricante dos trens, afirmou que "emitiu um certificado de relatório de segurança para liberar o funcionamento do serviço no trecho entre as estações Vila Prudente e Jardim Planalto". 

"Outros trechos da via serão liberados pela empresa tão logo as obras, com a adequação recomendada, sejam finalizadas", disse a Bombardier. 

O Metrô informou que segue cobrando o consórcio CEML – das empresas Bombardier, Queiroz Galvão e OAS – para a liberação do trecho até São Mateus e volta normal das operações.
A Linha 15 - Prata do Monotrilho de São Paulo.  — Foto: Paulo Lopes/Futura Press/Estadão Conteúdo

A Linha 15 - Prata do Monotrilho de São Paulo. — Foto: Paulo Lopes/Futura Press/Estadão Conteúdo

Falha

Os 23 trens que operam na linha foram recolhidos no dia 29 de fevereiro, depois que o cinco pneus de um dos trens estouraram. Esses pneus do monotrilho funcionam com o sistema “run flat”, com um reforço de borracha, e ainda não há prazo para a normalização total do sistema.

A causa apurada para o problema foi o pneu ter se rompido por estar tocando o run flat (borracha interna). Isso teria ocorrido por deformidades nas vias. Não é possível saber se essas deformidades foram provocadas pelo uso ou má construção.

As falhas e a paralisação fizeram o Ministério Público de São Paulo abrir um inquérito civil para investigar "possíveis irregularidades". 

O inquérito foi instaurado pelo promotor Silvio Antonio Marques, alegando que o monotrilho vem acumulando "falhas e atrasos em série", prejudicando e "colocando em risco os usuários da região Leste de São Paulo". 

No dia 13 de março, o secretário dos Transportes Metropolitanos, Alexandre Baldy, afirmou que a linha voltaria a funcionar parcialmente em 23 de março e integralmente a partir de 14 de abril. Mas isso não aconteceu na data prevista. 

A investigação do MP tem como alvo a Secretaria Estadual de Transportes Metropolitanos, o Metrô e o Consórcio Expresso Monotrilho Leste, responsável pela construção da linha, além da Bombardier, a empresa fabricante dos trens.
Trens do monotrilho estão paralisados há 13 dias após pneu de composição estourar  — Foto: Reprodução TV Globo

Trens do monotrilho estão paralisados há 13 dias após pneu de composição estourar — Foto: Reprodução TV Globo 

"Desde a inauguração, a Linha 15-Prata, que ainda é a única que utiliza tal modelo na cidade de São Paulo, acumula atrasos e uma série de falhas, sendo que, diariamente os usuários enfrentam velocidade reduzida, troca de trens, grandes intervalos e superlotação. (...) As irregularidades ocorrem desde 2016, quando um trem deixou a plataforma com todas as portas abertas, colocando em risco a vida dos passageiros, já que os trens do monotrilho circulam a altura média de 15 metros, sobre pilastras", justificou Marques no pedido de investigação. 

O inquérito do MP foi aberto depois de uma solicitação dos deputados estaduais Paulo Fiorillo e José Américos, do PT. Para o promotor Silvio Marques, a investigação se faz necessária também porque "o projeto da linha em exame foi anunciado com investimentos de R$2,8 bilhões, mas o valor gasto até o momento atinge R$5,5 bilhões, sendo que a data de entrega foi adiada por diversas vezes". 

Histórico de falhas

Em janeiro deste ano, a Linha-15 Prata foi recordista de falhas no sistema de trilhos da cidade. 

Levantamento feito pela TV Globo com base nas informações do Metrô apontou que a linha teve operação normal em 76,4% do tempo, ou seja, a cada quatro horas de funcionamento, uma foi atípica. 

Logo no início do ano, a Linha 15-Prata enfrentou falhas que duraram mais de quatro dias. Por conta de problema na altura da estação São Lucas, na Zona Leste, os trens circulavam com lentidão e maior tempo de parada. 

Em 2019, foram 27 dias com funcionamento em operação parcial. O caso mais grave foi de uma colisão entre dois trens em uma área de manobra. O acidente ocorreu nos trilhos que passam sobre a Avenida Sapopemba. Não houve feridos. 

Vimos no G1

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