Segundo motoristas, objetivo da manifestação é protestar contra o que chamam de "desmonte" do setor, com uma suposta redução de frota
O Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo (Sindmotoristas) aprovou no fim da tarde desta quinta-feira, 5, uma paralisação geral do serviço de ônibus na capital ao longo desta sexta-feira, 6. A decisão foi tomada após um dia de mobilizações nesta quinta-feira, 5, que chegou a fechar 17 terminais e afetou o trânsito em diversas partes da cidade.
Na assembleia, foi informado que o serviço seria retomado na integridade nesta quinta, “para levar o trabalhador para casa”, e que a paralisação terá início a partir da meia-noite. O presidente interino do sindicato, Valmir Santana da Paz, disse ter saído “entristecido” da reunião com a Secretaria Municipal dos Transportes. “Nenhuma das nossas questões foi resolvida. Não vamos deixar trabalhadores perderem seus empregos. Não vamos rodar amanhã (sexta)”, disse.O objetivo da manifestação iniciada nesta quinta, segundo os motoristas, é protestar contra o que chamam de “desmonte” do setor, com uma suposta redução de frota, além de cobrar o pagamento relativo à participação nos lucros e resultados (PLR) por parte das empresas. De acordo com a entidade sindical, havia transferência desse dinheiro prevista para esta quinta, o que não teria ocorrido.
O presidente licenciado do sindicato e deputado federal Valdevan Noventa (PSC), disse que a decisão de paralisação é o “começo de uma batalha”. “Precisamos agir com estratégia e inteligência. Hoje (quinta), os motoristas levam os trabalhadores para casa, mas a partir da meia-noite nenhum ônibus vai rodar. A partir das 8h (desta sexta), vamos trazer os trabalhadores da categoria para um protesto na frente da Prefeitura”, declarou. Ele disse que a paralisação seguirá por tempo indeterminado até que a Prefeitura decida negociar com a categoria.
Rodízio suspenso nesta sexta-feira
Após a aprovação da greve, a Prefeitura decidiu suspender o rodízio de veículos na tarde desta quinta e nesta sexta.Enquanto os ônibus não retomavam a circulação na tarde desta quinta, os usuários improvisavam jeitos de retornar para casa. Também à espera da linha Cohab Educandário, cinco pessoas que não se conheciam até então tiveram tempo de fazer amizade e estavam articulando um plano para dividir um Uber, já que iriam na mesma direção.
Parte desse grupo recém-formado, a copeira Edineide de Jesus, 33, havia saído do trabalho na Vila Olímpia de trem até o terminal Pinheiros e precisava continuar viagem até sua casa no Jardim João XXIII. “Amanhã nem saio de casa, a menos que a empresa pague o Uber. Não vou ficar no prejuízo. Já coloquei isso para minha supervisora no nosso grupo de Whatsapp.”
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