Composições de 1987 que ainda circulavam entre Francisco Morato e Jundiaí foram retiradas de circulação
A Linha
7-Rubi funciona agora somente com trens novos. A partir desta semana,
somente composições com ar-condicionado e salão contínuo de passageiros
da série 9500 circulam entre as estações Luz e Jundiaí. Assim, saem de
cena os trens da série 1700 que fizeram história na ferrovia do país.
Eles
entraram em circulação em 1987 com a pompa de serem os trens mais
velozes do Estado de São Paulo. Foram os primeiros a contar com oito
vagões e chegaram trazendo um novo sistema de motor. Em seus dias de
glória na Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), da Rede
Ferroviária Federal, os passageiros se aglomeravam na plataforma para
esperá-los, pois possuíam mais bancos e espaço interno maior em relação
às demais composições da época.
Após
cerca de 60 milhões de quilômetros rodados, o que equivale a 156
viagens da Terra à Lua, ainda circulavam até a semana passada no trecho
entre Francisco Morato e Jundiaí. A CPTM estuda o destino que será dado
às composições.
As
12 unidades foram fabricadas pela Marfesa, a maior e mais importante
indústria ferroviária nacional da época, que foi vendida para a
iniciativa privada em 1995. A frota foi incorporada à CPTM em 1992,
quando a empresa foi criada. A Companhia herdou as linhas da CBTU, do
governo federal, e da Fepasa, do governo estadual. A cor original dos
1700 era prata. Na reforma feita no ano 2000, foram pintados de azul e
tiveram todos os sistemas revisados ou trocados.
Apesar
de entender que a renovação da frota faz parte dos avanços
tecnológicos, o funcionário da oficina da Lapa José Antonio Suarez fica
emocionado quando fala sobre a aposentadoria das unidades 1700. Ele
acompanhou os testes dos trens desde a fábrica, antes de entrarem em
operação na CBTU, e a manutenção durante todos os quase 32 anos de vida
das composições. “Sinto como se fosse um companheiro indo embora. Vi
nascer, crescer, passamos por momentos difíceis e outros muito bons. Vai
ser sempre uma boa recordação”, conta.
Também
há passageiros saudosistas. Conceição Alves, 63 anos, auxiliar de
enfermagem, diz que gostava das viagens nos trens antigos, que estava
acostumada com o vento das janelas. Sabe, contudo, que agora é a vez da
série 9500 escrever sua história.
Para
outros passageiros, porém, o conforto dos novos trens fala mais alto.
Ismael Júnior, assistente de logística, 28 anos, elogia principalmente a
diminuição do barulho devido às janelas vedadas. A estudante Paloma
Olsen, 18 anos, compartilha da mesma opinião e destaca que agora pode
ler durante o trajeto mais tranquilamente.
Renovação da frota
A
renovação de toda a frota da Linha 7-Rubi, que transporta quase meio
milhão de passageiros por dia, foi possível após a entrega no dia 27 de
junho da última composição dos 30 trens fabricados pelo Consórcio
Hyundai-Rotem.
As
composições integram o lote de 65 unidades compradas pelo Governo do
Estado a fim de aprimorar o transporte ferroviário na Região
Metropolitana de São Paulo (RMSP). Já entraram em operação 64 delas,
sendo 30 para a Linha 7 e 34 para a Linha 11-Coral. A última deve ser
entregue até o fim do ano para a Linha 11.
Além
de ar-condicionado e salão contínuo de passageiros (passagem livre
entre os carros), os novos trens possuem monitoramento com câmeras na
parte externa e interna e são acessíveis para pessoas com mobilidade
reduzida ou deficiência. Há sinalização visual para identificação de
assentos preferenciais, espaço para cadeirantes, mapa com indicação
luminosa das estações para deficientes auditivos e áudio para
deficientes visuais. As composições dispõem ainda de monitores digitais
internos com informações sobre a prestação de serviços, além de
reconhecimento eletrônico automático do maquinista por meio de
biometria.
A
CPTM está readequando a frota conforme a necessidade operacional, de
forma a padronizar as linhas. Desde 2007, já entraram em operação 169
novos trens em todas as linhas da Companhia.
Vimos na CPTM
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