Decisão de multar setor de transportes caso a paralisação deste serviço ocorra não muda expectativa de sindicatos para a greve; sindicatos de professores das redes pública e particular aderiram
A greve geral convocada para a próxima sexta-feira, 14, está mantida, de acordo com líderes de centrais sindicais, mesmo após a Justiça ter concedido liminar que obriga o funcionamento do Metrô e da CPTM e a circulação de ônibus em São Paulo. A Prefeitura de São Paulo suspendeu o rodízio nesta sexta.
Atualização às 18:34: A Prefeitura de São Paulo voltou atrás sobre o rodízio e a zona azul e amanhã será normal.
Segundo a Secretaria de Transportes Metropolitanos (STM), a
Justiça determinou que o Metrô mantenha 100% do quadro de funcionários
nos horários de pico e 80% no restante do dia e na CPTM, 100% do quadro
de servidores em todo o horário de operação.
A pauta principal da greve geral, segundo centrais sindicais, é manifestar repúdio à proposta do governo para a reforma da Previdência, mas
também estão entre as reivindicações maior geração de empregos formais,
retomada do crescimento da economia e protestar contra o contingenciamento na Educação.
O presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB),
Antonio Neto, afirma que a expectativa para a greve é que os
trabalhadores da categoria de transportes mantenham a adesão. “A liminar
é esdrúxula, vai contra a Constituição. Os trabalhadores decidiram por
ela. Eles vão enfrentar a greve apesar disso”, disse.
Para Neto,
a liminar não deve afetar a convocação da sexta-feira, já que a ideia é
que as categorias e a população parem. “Não estamos preocupados com a
manifestação. Queremos as ruas vazias, o povo em casa.”
O secretário-geral da Força Sindical,
João Carlos Gonçalves Juruna, ressalta que a convocação à greve não é
só para o setor de ônibus, metrô e trem. Segundo ele, engloba todas as
categorias. “Não estão fazendo greve para prejudicar a população. Não há
motivo para gastar combustível e eletricidade se o povo nao vai
trabalhar. Com todo respeito aos juízes, foi precipitada a decisão."
O presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT),
Ricardo Patah, afirmou que a decisão de manter 100% do quadro de
funcionários do Metrô e CPTM trabalhando no dia da greve é “incoerente
com a legislação brasileira”. “Como podem exigir numa greve que se
trabalhe 100% dos funcionários? Eu nunca vi isso, vamos tentar
sensibilizar”, disse. O posicionamento da UGT, segundo Patah, é tentar
reverter a situação na Justiça até a meia-noite desta quinta-feira, 13.
O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner
Freitas, reforça que o setor de transporte estará de greve. Porém, ele
afirma que, caso haja multa para a categoria, por causa da liminar
concedida, o prejuízo financeiro será diluído entre todas as centrais
sindicais, “em solidariedade”. João Juruna, da Força Sindical, também
informou que o custo será diluído. “Se chegar multa para eles, as
centrais vão discutir os valores e o que será feito.”
Aviões
O Sindicato Nacional dos
Aeronautas (SNA) afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que os
voos comerciais funcionarão normalmente nesta sexta-feira, 14, e que a
categoria não vai aderir à greve.
Prefeitura suspende rodízio de veículos
A Prefeitura de São Paulo
anunciou a suspensão do rodízio municipal de veículos nesta
sexta-feira, durante todo o dia, devido a possível paralisação do
transporte público.
Também será suspensa a Zona Máxima de
Restrição a Fretados e liberado o uso gratuito das vagas de Zona Azul.
As restrições de circulação para caminhões seguem valendo normalmente.
Em
nota, a Secretaria Municipal de Mobilidade e Transportes (SMT) informou
que as ações foram definidas preventivamente para o caso de o Sindicato
dos Motoristas não cumprir a decisão judicial obtida pela SPTrans junto
ao Tribunal Regional do Trabalho, que determina a manutenção da
operação dos ônibus durante a sexta, sob pena de multa de 100 mil reais
em caso de descumprimento.
Para aqueles que optarem pelos táxis, as tarifas vigentes são as seguintes:
- Bandeira 1 (das 6h às 20h, de segunda a sábado) - R$ 4,50 mais a tarifa de R$ 2,75 por quilômetro rodado;
- Bandeira
2 (das 20h às 6h, de segunda a sábado, e o dia todo aos domingos) -
Acréscimo opcional de 30% sobre a tarifa quilométrica.
Confira quem deve parar na greve desta sexta-feira
Transporte público
Apesar do Metrô, CPTM e SPTrans
conseguirem liminares para manter a operação de trens e ônibus durante a
paralisação contra a reforma da Previdência, os sindicatos dos
principais meios de transportes da capital paulista confirmaram adesão à
greve.
O Sindicato dos Metroviários de São Paulo vai realizar,
às 18h30 desta quinta-feira, 13, uma assembleia para organizar a
participação da entidade durante a paralisação.
De acordo com
Wagner Fajardo, diretor do Sindicato dos Metroviários, tudo indica que a
categoria já decidiu fazer a greve contra a reforma da Previdência. "É
um direito legítimo nosso fazer greve contra uma reforma tão prejudicial
aos trabalhadores. A deliberação da categoria é de paralisação total do
sistema", disse. Fajardo informou que o sindicato articula paralisar os
serviços das linhas 4-Amarela e 5-Lilás, operadas pela iniciativa
privada.
A ViaQuatro
e a ViaMobilidade, concessionárias responsáveis pela operação e
manutenção das linhas 4-Amarela e 5-Lilás, respectivamente, informaram
em nota que suas operações para o dia 14 de junho permanecem
inalteradas.
Segundo a Secretaria de Transportes Metropolitanos
(SMT), a Justiça determinou que o Metrô mantenha 100% do quadro de
funcionários nos horários de pico e 80% no restante do dia e na CPTM,
100% do quadro de servidores em todo o horário de operação.
Em entrevista à Rádio Eldorado, o secretário de Transportes Metropolitano do Estado de São Paulo, Alexandre Baldy, disse que em caso de descumprimento das liminares, os sindicatos das categorias serão multados.
"São
decisões distintas. A CPTM terá operação integral em todos os horários
do dia. Com uma penalidade de R$ 1 milhão por descumprimento. A EMTU e o
Metrô tem penalização de meio milhão de reais ao sindicato que
descumprir a medida", explicou.
O presidente em exercício do
Sindicato dos Motoristas e Cobradores de São Paulo, Walmir Santana,
informou que a categoria irá realizar uma reunião na tarde desta
quinta-feira para debater a participação na greve. "Às 16h, nós vamos
fazer uma plenária para definir a forma como vai se dar a greve. Vamos
nos reunir com a nossa militância para definir a forma", disse.
A São Paulo Transportes (SPTrans) também conseguiu uma decisão
judicial que determina a manutenção do serviço. Em nota, afirmou que
houve determinação para "que se mantenha o serviço, em especial nos
horários de pico entre 5h e 9h e entre 17h e 20h, sob pena de multa de
R$ 100 mil por dia, no caso de descumprimento". A liminar, porém, não
especifica a porcentagem da frota que deve funcionar nos horários de
maior circulação.
Escolas
Os
sindicatos dos professores das redes de ensino municipal, estadual e
particular decidiram aderir ao movimento. Ao menos 33 colégios
particulares de São Paulo vão ter as atividades suspensas ou
interrompidas parcialmente nesta sexta-feira, 14, em adesão à greve
geral no País contra a reforma da Previdência. Em assembleia,
professores e estudantes dessas unidades aprovaram a participação na
paralisação.
Segundo o Sindicato dos Professores de São Paulo
(Sinpro-SP), entre os colégios que já aprovaram a greve estão o Equipe,
Oswald de Andrade, Notre Dame, Escola da Vila, São Domingos, Vera Cruz e
Santa Cruz. Em alguns deles, as atividades só serão suspensas em um
período ou para alguma etapa de ensino.
O Sindicato dos
Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo (Sieeesp), porém,
repudiou a paralisação dos professores da rede particular e destacou que
apoia a reforma da Previdência. "Não somos favoráveis à referida
paralisação. Assim, orientamos a todas as escolas no Estado de São
Paulo, que as atividades escolares transcorram normalmente no próximo
dia 14, sem o abono às eventuais faltas ocorridas", diz o sindicato em
nota.
Veja lista preliminar de escolas particulares:
A adesão à greve geral foi decidida em assembleia da categoria no SinproSP, dia 1º de junho.
- Alecrim
- Anglo 21
- Arco
- Areté
- Arquidiocesano
- Arraial das Cores
- Bakhita
- Casa de Aprendizagens
- Criarte
- Divina Pastora
- Equipe
- Escola da Vila
- Educação Infantil Saúde (parcial)
- Espaço Brincar
- Externato Aldeia
- Fazendo Arte
- Friburgo
- Garcia Yago
- Giordano Bruno
- Gracinha
- Hugo Sarmento
- Invenções
- Ítaca
- Lycée Pasteur
- Maria Boscovitch
- Meu Castelinho (Educação infantil - Itaim Bibi)
- Micael Waldorf
- Monte Castelo
- Notre Dame
- Ofélia Fonseca
- Oswald de Andrade
- Politeia
- Pré-escola Quintal do João Menino
- PUC/SP
- Rainha da Paz
- Recreio
- Santa Clara (parcial)
- Santa Cruz (parcial)
- Santi
- São Domingos
- Teia Multicultural
- Vera Cruz
- Viva
- Waldorf São Francisco
Bancários e comerciários
De
acordo com a presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do
Ramo Financeiro, Juvandia Moreira, os bancários já fizeram assembleia e
aprovaram a paralisação. “Vão aderir massivamente, no Brasil inteiro”,
diz.
O presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT),
Ricardo Patah, que também é presidente da Sindicato dos Comerciários de
São Paulo, afirmou que o setor também mantém a greve.
Servidores municipais de São Paulo
Os
servidores municipais de São Paulo estão com expectativa de adesão para
a greve. De acordo com o presidente do Sindicato dos Servidores
Municipais de São Paulo (Sindsep), Sergio Antiqueira, a intenção da
paralisação é ser maior que a greve geral de 28 de abril de 2017.
“A gente decidiu coletivamente e, nos níveis básico e médio, os
agentes, profissionais, que são os mais diversos, desde limpeza, cozinha
até funções administrativas, vão parar”, diz. Ele ressalta que serviços
essenciais, como UTI, estão garantidos.
Servidores do Estado de São Paulo
O
presidente do Sindicato dos Servidores Públicos do Estado de São Paulo
(Sispesp), Lineu Neves Mazano, afirma que a greve tem o apoio de todo
mundo e que servidores até vão parar, mas ressaltou que não acredita
que, para o Estado, será tão massiva. “Estamos manifestando apoio, mas
não tenho expectativa de adesão em massa. O servidor tem muita
dificuldade, estamos manifestando apoio. No Estado, tem um contexto
muito amplo. Quantidade muito grande de secretarias. Não estou sentindo
que vai haver paralisação muito forte”, diz.