As Estações Alto da Boa Vista, Borba Gato e Brooklin estão com as obras civis praticamente concluídas e passam, agora, pela instalação de sistemas elétricos.
Com entrega prometida para o mês que vem, o Metrô se
prepara para abrir mais três estações ao público e emplacar uma nova
“cara” para a Linha 5-Lilás, que opera na zona sul e, até o fim do ano,
deverá chegar ao centro.
As Estações Alto da Boa Vista, Borba Gato e Brooklin estão
com as obras civis praticamente concluídas e passam, agora, pela
instalação de sistemas elétricos. A reportagem visitou as três paradas,
que apresentam características verdes e sociais.
A nova face já surge com as cúpulas de vidro nas entradas
principais das estações. Chamadas de “bolhas” pelos funcionários, fazem
parte da proposta de aproveitar ao máximo a luz natural, economizando
eletricidade.
Essa mesma diretriz permitirá ainda que, além das três
estações, a zona sul da capital ganhe novas praças – os locais
construídos para abrigar as claraboias que levarão a luz até a
plataforma e ficarão abertos ao público. “As plataformas ficam mais ou
menos a 30 metros de profundidade”, explica o engenheiro da Linha 5
Michel Mastaler. “Abaixo delas, há porões por onde toda a rede de cabos
vai passar”, afirma.
Quem usar as estações notará ainda duas diferenças na
comparação com as estações mais recentes. A primeira é a falta das
portas de plataforma, tidas como uma opção de maior segurança.
“Estão contratadas com o sistema CBTC (o controle
computadorizado dos trens) e deverão estar instaladas até a entrega do
novo trecho”, informa o Metrô. Também não haverá as catracas que têm
portas de acesso automáticas, instaladas nas Linhas 2-Verde e 4-Amarela.
Para o Metrô, controles de acesso antigos, com roletas,
“apresentam melhores resultados operacionais”. Por dia, 54,2 mil pessoas
deverão usar as três estações.
Até o fim do ano, quando o restante da Linha 5 for entregue,
pelas três paradas circularão 60,2 mil pessoas. Ao todo, a Linha 5
custará R$ 9 bilhões.
As novas praças ainda têm recuos para o embarque e
desembarque de carros, o que é defendido pelo professor do Departamento
de Transportes da Universidade de São Paulo (USP) Claudio da Cunha
Barbieri, que destaca a influência da era dos transportes por
aplicativo. “Uma grande parcela usa transporte individual para a
primeira ou última milha da viagem.”
Espera
Moradores da região de Santo Amaro aguardam a abertura com
expectativa. “Essa obra já demorou demais. Os tapumes estão aqui há anos
(a obra começou em 2011). Vou muito ao médico no Ibirapuera. Acho que,
quando abrir, vou de metrô em vez de ir de táxi”,diz a aposentada
Lourdes Manzanares, de 62 anos, vizinha da futura Estação Brooklin.
A Linha 5 tinha entrega prometida inicialmente para 2015.
Alvo de ações criminais nos Ministérios Públicos Estadual e Federal, por
causa da ação de cartéis nas licitações, os serviços chegaram a ser
paralisados por um mês em 2011. O MPE viu sobrepreço de R$ 320 milhões.
No mesmo local, há o corredor de ônibus intermunicipal que
liga a zona sul à Diadema, no ABC. “Venho até aqui (na Avenida Roque
Petroni Júnior) e tomo outro ônibus para ir até o Brooklin. Para mim,
vai ajudar”, contou a recepcionista Clarice Araújo, de 23 anos, moradora
de Americanópolis.
Das estações restantes, Ibirapuera, Moema, AACD-Servidor,
Hospital São Paulo, Santa Cruz e Chácara Klabin têm entrega prometida
até o fim deste ano. A Estação Campo Belo, que um dia terá conexão com o
monotrilho da Linha 17-Ouro, será inaugurada no ano que vem.
Distribuição
Para o Metrô, uma das consequências da conclusão da Linha 5 é
o alívio de outros pontos da rede, especialmente o saturado corredor
que liga as Linhas 4-Amarela e 2-Verde nas Estações Paulista e
Consolação.
Com as novas opções de conexão, “o fluxo concentrado de
usuários na Estação Paulista da Linha 4 será dividido com a nova opção
de transferência na Estação Chácara Klabin”, afirma o diretor de
Engenharia e Construções, Sérgio Amalfi Meca.
O professor Cunha Barbieri, por outro lado, afirma que esse
movimento ainda dependerá dos “testes práticos” dos passageiros. “É
preciso avaliar o tempo de viagem, a lotação e o quanto o transporte é
confiável”, disse, lembrando que a Linha 9-Esmeralda da CPTM, usada na
viagem atual e com menos estações no trajeto, é conhecida por
paralisações e lotação, além de ser mais lenta.
Vimos na Exame
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