Linha 6 – Laranja pode ser relicitada

O Governo de São Paulo está avaliando a possibilidade de relicitar a linha 6 – laranja do Metrô. Esta linha tem a construção e a operação tocada pela iniciativa privada e as desapropriações feitas pelo Governo.

As obras estão paradas desde o ano passado. A Move SP, concessionária responsável, não está conseguindo obter um financiamento junto ao BNDES no valor R$ 5,5. O consórcio é formado por algumas empresas que estão sendo investigadas na Lava Jato.

A gestão Alckmin deu prazo até 15 de junho para que as obras sejam retomadas caso contrário terá que fazer uma nova licitação. “Ou as empresas conseguem garantias ou temos uma alternativa, que é relicitar. É ruim, é ruim, mas, se precisarmos, vamos fazer”, afirma ao jornal Folha de São Paulo Clodoaldo Pelissioni, secretário de Transportes Metropolitanos.

Clodoaldo disse que há grupos estrangeiros interessados na linha porém no momento desta licitação, somente a Move SP apresentou proposta. “Já atendi grupo chinês, francês, italiano, espanhol. Não temos impeditivo do lado do governo, tenho todas as desapropriações pagas, tenho R$ 1,6 bilhão remanescentes e transferi mais R$ 740 milhões para essa linha.”

O secretário, porém, torce que a Move SP retome as obras. “Espero que as negociações [do empréstimo da Move São Paulo] andem bem e que as obras sejam retomadas depois de junho.”

Em nota a Folha, a Move SP “neste momento trabalha com a expectativa de retomada das atividades tão logo sejam superadas as condições que levaram à suspensão temporária das obras. A suspensão das atividades se deveu a fatores combinados e alheios ao domínio da concessionária, como a deterioração da economia, os atrasos na liberação de áreas públicas por parte do poder concedente e mudanças nas exigências do BNDES”

A responsável pela linha 6 diz que a obra até a parada avançou 15% e que estão mantidas as atividades de desapropriação, manutenção e segurança das áreas que irão receber as instalações da linha 6, bem como o recebimento e armazenamento dos equipamentos, como tatuzões, e atendimentos à comunidade.

A concessionária, por fim, afirma que “continua com os esforços para a obtenção do financiamento de longo prazo junto ao BNDES e aguarda manifestação do governo do Estado de São Paulo sobre o pedido de reequilíbrio da PPP de implantação da linha 6-laranja de metrô”.

Sobre o reequilibrio, Pelissioni diz que isso “virou um mantra do consórcio”.

“Tivemos um problema de financiamento, mas continuei pagando, com algum atraso, eles têm atraso também, já tem seis meses de atraso de obras”, rebate Pelissioni.
O secretário encerra o assunto: “Agora, se rescindir o contrato, o reequilíbrio… Se ele não conseguir nem retomar a obra, como o consórcio vai me dizer que eu atrapalhei o início da operação comercial dele?”

A linha 6 – laranja é a conhecida “linhas das universidades”. Ligará a Brasilândia a estação São Joaquim passando pela PUC, Faap e Mackenzie. Haverá conexões com as linhas 1-azul e 4-amarela, do Metrô, e 7-rubi e 8-diamante, da CPTM. Prevista para ser entregue em 2020, dificilmente se cumprirá este prazo.

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