Ônibus começam a ser liberados no Terminal Parque Dom Pedro II (centro),
após uma hora de paralisação promovida por motoristas e cobradores, que
estão em campanha salarial. A previsão é que protesto se encerre em
todos os 29 terminais da capital paulista. O protesto demorou metade do
que era previsto, pois houve avança nas negociações sobre reajuste
salarial dos trabalhadores na reunião entre representantes do
Sindmotoristas (sindicato da categoria) e o sindicato patronal. Ainda
não foram divulgados detalhes sobre a nova proposta dos empresários. Os
motoristas e cobradores de ônibus irão se reunir nesta sexta-feira (20),
às 16h, para decidir se aceitam o que foi oferecido pelos patrões ou se
entram em greve a partir da semana que vem.
O avanço nas negociações entre o Sindmotoristas e o sindicato patronal
suspendeu a paralisação dos 29 terminais de ônibus na cidade de São
Paulo. Assim, a paralisação termina uma hora antes do horário previsto.
Em entrevista à rádio CBN, o presidente do Sindimotoristas, Valdevan
Noventa, afirmou que os empresários apresentam "uma proposta melhor do
que a anterior", mas não entrou em detalhes. Já a SPUrbanuss só deverá
falar sobre sua nova proposta no final da tarde desta quinta-feira (19).
Ainda de acordo com Noventa, a nova proposta será apresentada aos
motoristas e cobradores na assembleia da categoria, que será realizada
na sexta-feira.
A SPUrbanuss (sindicato patronal) ofereceu reajuste de 2,31% no salário e
no ticket refeição da categoria. O sindicato patronal afirma não ser
possível neste ano dar aumento maior para a categoria sem que haja
reajuste na "tarifa-remuneração" das empresas, que é paga pela
prefeitura de São Paulo. De acordo com a assessoria do SPUrbanuss, a
prefeitura já sinalizou que não haverá reajuste neste ano. De acordo com
a "Folha de S. Paulo", a prefeitura transferiu às empresas em 2015 algo
em torno de R$ 1,7 bilhão em subsídios, valor que pode chegar a R$ 2,1
bilhões neste ano, mesmo sem o reajuste. Esses subsídios acontecem
porque a tarifa paga pelos passageiros não é suficiente para cobrir os
custos da operação, já que a administração tem que arcar com as
gratuidades para idosos e estudantes, por exemplo.
Os motoristas e cobradores pedem reposição da inflação e aumento real de
5%, além de PLR (Participação nos Lucros e Resultados) de R$ 2.000,
convênio médico gratuito, seguro de vida e auxílio funeral. Segundo o
Sindmotoristas, as empresas ofereceram aumento abaixo da inflação e
pretendem demitir cobradores de ônibus.
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