De acordo com Secretário Nacional de Transportes e de Mobilidade
Urbana, Dario Rais Lopes, na Comissão de Desenvolvimento Urbano da
Câmara Federal, o atraso para o início das obras da linha 18-bronze não
se devem apenas a problemas financeiros, mas também a problemas
técnicos. Isso porque, de acordo com o contrato assinado em agosto de
2014 com a futura concessionária da linha, é necessário que a primeira
fase da linha 17-ouro, que ligará o Aeroporto de Congonhas a estação
Morumbi da CPTM, esteja pronta pois servirá como base para a operação da
linha 18.
Conforme informamos aqui no Move Metrópole
, uma audiência ocorreu entre órgãos do Governo Federal e Estadual para
tentar por um fim no impasse para o início das obras da linha 18.
Há ainda outra linha em monotrilho em obra na cidade que é a linha
15-prata que ligará o Ipiranga a Cidade Tiradentes. Como é de
conhecimento de todos, esta linha está em operação parcial apenas em
2,9km, ligando a estação Vila Prudente a Oratório.
A linha 17 era para ter sido entregue ano passado, antes da Copa,
porém agora a nova previsão é que a primeira fase seja entregue entre
2017 e 2018, e, com isso, atrasando o início das obras do ramal 18. De
acordo com Dario, somente depois de o trajeto Congonhas-Morumbi começar a
funcionar serão feitos os ajustes necessários que servirão de exemplo
para a Linha 18.
“Nós, profissionais da área de transporte, estamos assistindo a
um processo que tem demonstrado grande dificuldade. Há grandes desafios a
serem vencidos. Estamos em processo de aprendizado com a Linha 15, pois
trata-se de nova tecnologia. Ela não opera em 100%. Aí teremos de
começar com a Linha 17, que é outro modelo, pois não há padronização e
não é o mesmo fornecedor (empresas contratadas são diferentes). Também
haverá avaliações e adaptações no funcionamento. Como iremos começar a
Linha 18 desse jeito? É melhor atrasar um pouco, mas fazer direito”, observa o secretário. “Não temos recursos em abundância. Não é prudente acelerar a Linha 18 até que tenhamos a Linha 17 resolvida.”, finaliza.
O deputado federal Alex Manente ficou indignado com o que ouviu: “Até
então tínhamos informação de que havia impasse financeiro apenas.
Estávamos trabalhando para solucioná-lo. Agora vemos que há novo
desafio.”
Até então, o problema para o atraso das obras da linha 18 era somente
financeiro. O Governo Estadual dizia que dependia da verba do Governo
Federal para iniciar as desapropriações e o outro lado dizia que o
Governo do Estado não dava garantias para a contrapartida de R$ 407
milhões para as desapropriações.
“Projetos dessa natureza são complexos. Nesse caso, há clientes
diretos (o poder público), os concessionários e a PPP (Parceria
Público-Privada) envolvidos no mesmo processo.
Independentemente disso
tudo, não é por conta de não ter contrato de financiamento que a obra
não foi iniciada. Os recursos para desapropriações são hoje o maior
entrave financeiro. Estamos em negociações constantes com o
concessionário e com o Estado. Não há pleito para acelerar liberação de
verba. Caso isso ocorra, estamos preparados. Não adianta
liberar recursos se não tiver avançada a questão de desapropriações.
Haverá descasamento do físico (ritmo da obra) com o financeiro, pois, a
partir da liberação da verba, começam os prazos para realizar a
intervenção”, disse Rodolfo Torres dos Santos, chefe do departamento de Mobilidade e Desenvolvimento Urbano do BNDES.
Já o Secretário de Transportes Metropolitanos, Clodoaldo Pelisssioni, enfatiza que o problema é financeiro. “No
dia 14 de agosto, o Ministério da Fazenda retirou de pauta pleitos de
novos empréstimos a entes subnacionais, caso da Linha 18, justificando o
momento econômico atual e o vultoso volume de operações de crédito
demandadas. A medida impacta negativamente na autorização dos
financiamentos tramitados junto ao Cofiex (Comissão de Financiamentos
Externos), vinculado ao Ministério do Planejamento. A secretaria segue
em tratativas para que os recursos no valor de US$ 182,7 milhões (R$
688,41 milhões), pleiteados para desapropriações, sejam aprovados com
urgência.”, diz Pelisssioni.
O representante do Governo Estadual não compareceu a audiência e nem
enviou representantes. A secretaria informa que devido imprevistos ele
não pode comparecer.
A linha 18-bronze, que será operada por monotrilho, ligará a estação
Tamanduateí, da linha 2-verde, e passará pelas cidades de São Caeteno do
Sul, Santo André e São Bernardo do Campo.
Vimos no Via Trolebus
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