Após anunciar reorganização em seu mapa de operação a partir de 2016,
a EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos) recua sobre o
fechamento da Área 5 e afirma que o futuro dos ônibus intermunicipais
que atendem os sete municípios da região só será decidido no próximo
ano, quando todos os contratos vigentes vencem e novo edital será
lançado.
De acordo com o presidente da companhia, Joaquim
Lopes da Silva Júnior, estudos ainda estão sendo feitos para avaliar
impactos de rentabilidade antes da nova organização do sistema ser
encaminhada ao governo do Estado para análise. Apesar da mudança
depender, principalmente, de fatores que envolvem lucros, Joaquim não
quis especificar valores arrecadados com cada um dos cinco setores,
entre eles ganho com as tarifas aplicadas, com o Cartão BOM,
publicidade, além dos repasses feitos pela EMTU a empresas e consórcios
que operam as linhas intermunicipais. “Prevemos, em 2015, arrecadação de
aproximadamente R$ 1,8 bilhão com tarifas em todas as áreas”, disse
Joaquim sem detalhar.
O Diário chegou a buscar no Portal da Transparência
valores arrecadados em cada trecho do sistema operado pela EMTU, mas o
balanço de 2014 não informa os números específicos.
Segundo Joaquim, a situação dos ônibus
intermunicipais do Grande ABC é um “grande paradoxo”, mas o mesmo
garantiu que ainda é cedo para descartar uma sétima licitação para a
Área 5. Desde 2006, foram feitas seis tentativas, sendo cinco canceladas
por falta de interessados e uma suspensa por ordem da Justiça.
“Vimos a reportagem sobre a preocupação dos usuários
com o futuro do Grande ABC. Estamos olhando para São Paulo como um todo e
não descartamos nenhuma possibilidade”, ressaltou o presidente da
empresa, que ainda comentou sobre a proposta de mudança no mapa de
operação. “É importante salientar que estamos pensando em uma nova
organização geográfica para toda Região Metropolitana de São Paulo, que
inclui 39 municípios. A engenharia financeira avalia todos os custos”,
destaca.
Ainda segundo o presidente, a não manutenção da Área 5
“pode ser boa para o Grande ABC, mas não vantajosa para outra área de
operação”. Isso porque a incorporação das linhas que atendem as sete
cidades da região poderá sobrecarregar os demais sistemas existentes.
Atualmente, 19 empresas têm permissão para atuar no
Grande ABC. São 112 linhas intermunicipais com 829 ônibus que
transportam, em média, 300 mil passageiros por dia na região.
Apesar disso, Joaquim afirma que o sistema ainda
sofre com constantes reclamações. “Podemos utilizar o exemplo do IPQ
(Índice de Passageiros por Quilômetro) para evidenciar a falta de
estrutura da região. Enquanto o Corredor Metropolitano São Mateus –
Jabaquara tem uma média de sete embarques, algumas linhas da Área 5 têm
um índice de um ou dois.”
Em relação ao Corredor Metropolitano, operado em
parceria com a Metra, Joaquim garantiu que nada será alterado até maio
de 2022, quando vence o contrato.
Vimos no Diário do Grande ABC
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