Nesta quinta-feira (11) o prefeito de São Paulo Fernando Haddad e o
secretário Municipal de Transportes Jilmar Tatto deram uma prévia da
conclusão da verificação independente das contas dos transportes, feita
pela Ernest & Young, contratada por 4 milhões de reais.
O repórter Adamo Bazani da rádio CBN e do Blog Ponto de Ônibus
esteve presente e pode acompanhar o evento. De acordo com a publicação
do jornalista, a prefeitura de São Paulo pretende reduzir o lucro das
empresas de ônibus após a nova licitação do sistema que deve ser
realizada no primeiro semestre de 2015.
Atualmente a taxa interna de retorno é em todo o sistema de 18,6%,
muito próxima do proposto pela última licitação realizada em 2003 no
governo da ex-prefeita Marta Suplicy, que foi de 18%. De acordo com os
dados da auditoria, esta taxa de retorno é incompatível com os atuais
contratos de concessão de serviços públicos em todo o país e poderia
ficar em 7% aproximadamente.
Além disso, os empresários de ônibus conseguiram reduzir em 7,4% os
custos operacionais, porém foram remunerados como se não tivessem estas
reduções por causa do modelo dos contratos. Os empresários conseguiram
reduzir os custos de diversas maneiras, como com práticas irregulares,
não cumprindo viagens, por exemplo, ou com normais de mercado, como
conseguindo melhores preços de insumos e combustíveis.
Licitação Internacional e fim das cooperativas
A próxima licitação deve ser internacional, sendo que três empresas
de ônibus de outros países já consultaram o sistema de São Paulo, entre
elas viações que operam em Hong Kong, Londres e em parte dos Estados
Unidos.
Atualmente o sistema em São Paulo é concentrado nas mãos de poucos
empresários, entre elas estão José Ruas Vaz, que detém metade das
operações das empresas, Belarmino de Ascenção Marta e as famílias Abreu e
Saraiva. A licitação também deve excluir a atuação das cooperativas,
classificada por Jilmar Tatto como um modelo que já chegou ao
esgotamento.
Empresários de ônibus contestam
O SPUrbanuss, sindicato que reúne as empresas, em nota contesta as
afirmações dos auditores e lamenta não ser convidado para a apresentação
dos resultados.
Em nota, a entidade informa que “exceto pela quebra de veículos, os
demais motivos que impedem o total cumprimento das partidas são fardos
que as empresas carregam, já que são autuadas pela SPTrans, sem culpa.”
Ainda na nota, o sindicato dos empresários diz que as viações são
remuneradas com base no passageiro transportado. Viagem não realizada
significa passageiro não transportado; passageiro não transportado é
igual à perda de faturamento.
Áudio, por Adamo Bazani – Rádio CBN:
Fonte: Blog Ponto de Ônibus / Via Trolebus
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