Roubos no metrô e na CPTM crescem 39,5% em São Paulo

O número de roubos registrado dentro das estações e trens do metrô e da CPTM disparou nos primeiros sete meses deste ano. De acordo com dados da SSP (Secretaria da Segurança Pública), foram 247 casos entre janeiro e julho, ante 177 no mesmo período de 2013. Uma alta de 39,5%.

Os meses que mais tiveram roubos denunciados foram fevereiro (45) e abril (41). O professor de Educação Física Guilherme Gomes, de 22 anos, relata o ataque sofrido na linha 3-Vermelha do metrô. “Colocaram uma faca na minha barriga quando saía de um vagão no Brás para roubar meu celular. Como era no horário de pico, ele conseguiu escapar. Acionei os seguranças, mas não teve jeito”, diz Gomes.

Metrô
Só dentro do metrô, que ontem completou 40 anos de operação, o número de roubos a mão armada cresceu 18,6% entre janeiro e julho. Os dados foram obtidos pelo Metro Jornal por meio da Lei de Acesso à Informação.

Enquanto nos sete primeiros meses do ano houve 89 registros por parte de passageiros na Delpom (Delegacia de Polícia do Metropolitano), no mesmo período do ano passado foram 75.

Outro lado
Em nota, a Secretaria dos Transportes Metropolitanos afirma que o número de roubos na malha metroferroviária aponta para uma estabilidade. O órgão afirma que segue investindo em segurança. “Metrô e CPTM disponibilizam mais de 2,6 mil agentes de segurança e quase 5 mil câmeras monitoramento. Os equipamentos são integrados aos Centros de Controle de Segurança, conectados à Central de Operações da Polícia Militar.”

O passageiros podem denunciar atitudes suspeitas pelo SMS-Denúncia: 9-7233-2252 (Metrô) e 9-7150-4949 (CPTM).
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Análise - ‘Está longe do ideal’*
“Este aumento é reflexo da criminalidade em todo o Estado, que também está aumentando. O que quero dizer é o seguinte: o metrô e a CPTM não ficam aparte do Estado, sendo assim, os números só demonstram o que vive São Paulo atualmente. O principal agravante do índice é que são roubos. Os furtos, quando uma pessoa é roubada sem perceber, são ainda maiores.

Além disso, um outro fator que facilita o crescimento do número de roubos é que dentro do metrô e da CPTM, o registro da queixa é mais rápido do que na periferia, por exemplo. Porque assim que a vítima é assaltada, há sempre um agente próximo para atendê-la. Nos extremos da cidade, a pessoa tem que se dirigir até uma delegacia ou ligar para que um policial militar vá até o local para atender a solicitação.”

*Guaracy Mingardi, cientista social e ex-secretário de Segurança Pública de Guarulhos
Análise - ‘Números aceitáveis’*

“Com base nos números informados, posso avaliar que a segurança no metrô e na CPTM é eficiente. Tendo como referência o volume de pessoas transportadas diariamente, o número de roubos é aceitável. Claro que não posso afirmar que é o ideal, já que o ideal é que não haja roubos.

Agora, temos que avaliar bem: analisando uma cidade como São Paulo, que é perigosa, e um meio de transporte que move tantas pessoas como o metrô, os números da criminalidade dentro das composições e plataformas estão em uma margem aceitável.

Conheço muito bem as seguranças que cuidam do metrô e da CPTM. São muito bem treinados e capacitados. E sabemos que a população paulistana colabora muito também. Não há motivo para preocupação.”

*José Vicente, ex-secretário nacional de Segurança Pública e coronel da reserva da PM

Fonte: Metrô Jornal
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