quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Prioridade ao transporte coletivo: bandeira que Gilberto Natalini levanta

“Um trem vale mais que mil carros” define bem o pensamento corretamente limpo do candidato do PV

Dessa vez, com o streaming bem melhor (talvez porque acompanhar o atual governador pareça mais interessante, mesmo sendo “mais do mesmo”), o entrevistado do dia, médico e vereador na cidade de São Paulo, Gilberto Natalini falou sobre suas propostas se assumir o governo do estado. E novamente acompanhei as propostas pela mobilidade urbana bem de perto.

Minha pergunta abriu a discussão sobre o tema. Natalini citou o desejo de que, nesta modalidade, os transportes coletivos sejam prioridade de investimento em infraestrutura em vista dos carros. Mas, sem declarar guerra aos automóveis, ressaltou que vai buscar, como solução parte da solução do excesso de veículos, institucionalizar os rodízios nas grandes cidades do estado, atualmente aplicado e com lei regulatória na capital. Também, ao ser questionado pelos jornalistas d’O Estado, comentou sobre o que pensava do pedágio urbano como solução para desafogar as vias da região central da capital, onde cita “a necessidade de, primeiro, existir opções melhores no transporte público e no viário”.

“Nos transformamos em escravos do automóvel. Transporte sobre trilhos é solução que vale por mil ampliações da Marginal”.

Como solução macro, para todo o estado, falou do trem intercidades. Os jornalistas do Estadão apresentaram o valor calculado da passagem do trem de alta velocidade de Campinas a capital (R$24,00) e se o candidato daria suporte. “Trem bala não, pelo amor de Deus”, disse. “60 bilhões a gente faz mais trens por todo o estado”, afirma ao achar que a implantação deste modal ligando cidades e capitais ser um valor absurdo. Ele questiona por que a atual administração não implantou trens rápidos (até 200km/h) para ligar as regiões metropolitanas e interior. “São Paulo não merece esse atraso”.

Outro ponto importante e uma crítica ao sistema vigente de ônibus foi o esquecimento, ampliação e incentivo das administrações municipais e estaduais da “Ecofrota”, onde os ônibus hibrídos, elétricos e movidos a combustível limpo de fontes renováveis (como alguns ônibus de 15 metros que circulam na capital movidos à etanol). A justificativa que ouviu afirma que “os empresários deixam de lado por ser uma opção cara”.

O candidato não pôde responder como resolver o problema da descentralização dos postos de trabalho na região metropolitana da capital como parte de uma melhora e racionalização do uso da estrutura de mobilidade existente, ainda um problema para a lotação excessiva de trens, metrôs e ônibus, em geral.

Comentário
É só o segundo candidato entrevistado e que, sem se basear no planejamento/andamento atual do que é feito com o transporte atualmente, apresentou propostas interessantes para a mobilidade. Aparentou firmeza, “pé no chão”, demonstrando que a infraestrutura para carros não deve ser combatida, mas, sim, ser uma parte da mobilidade conforme sua aplicação. O candidato não sofre de “carrofobia” ao defender o transporte público, entendendo que o carro é um bom, mas, em excesso e mal aplicado, desnecessário.
Tudo muito bonito, agradou aos meus ouvidos, mas é um cara que, se eleito, deverá ter os pés no chão para não se assustar com o que há hoje de dinheiro disponível para investimentos, não parar o que está acontecendo (como fez Alckmin, cortando em 12% as verbas para CPTM, fazendo, por exemplo, as obras de renovação da estação Franscisco Morato pararem e o contrato ser “quebrado”). Também deve estudar essas propostas com quem é especialista no assunto (não falei do senhor Telmo Giolito Porto, sendo dirigente da Tejofran, não haverá propostas, mas, sim, meios de vender serviços dessa e de outros braços, como a Power e a Trail), com quem tem ideias novas, gosta, entende e pesquisa sobre também.

Entender que trilhos para transporte de massa metropolitano e intercidades, leves para alimentá-los e estruturá-los e ônibus limpos devem trabalhar juntos para que haja melhora concreta na mobilidade. Também deverá trabalhar junto coma a união, indiferente ao partido que assumir, para obter mais verbas para investir na mobilidade estado afora.

Fonte: Usuário CPTM/ Texto de Italo Silva

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