Jilmar Tatto, secretário de Transportes de SP: cidade foi pega
de surpresa e grevistas dissidentes se recusam a negociar (Agência
Câmara)
O secretário de Transportes da cidade de São Paulo, Jilmar Tatto,
defendeu na manhã desta quarta-feira (21) uma investigação policial
dentro do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus do município
para saber quem são as lideranças que estão sabotando e paralisando a
cidade.
Segundo o secretário, a prefeitura municipal está de 'mãos atadas'
para fazer qualquer negociação, porque as lideranças da dissidência do
sindicato que orquestraram a paralisação se recusam a negociar com a
prefeitura.
“O grande problema dessa paralisação é que você não tem
interlocutores. As lideranças que estão por trás disso não aparecem, não
atendem o telefone. Você tem líderes que cotidianamente vão até às
garagens, mas que não estão indo. Não tem como conversar com eles e
negociar. É uma briga no sindicato que está prejudicando uma parte da
cidade, dando transtorno à população em função da briga política entre
eles”, afirma Tatto.
O secretário municipal chama a ação de sabotagem, já que a
prefeitura não tem como identificar quem são as pessoas e abrir um canal
de interlocução.
“Estamos de mãos atadas porque não há interlocutor, as empresas têm
dificuldade de liberar os ônibus para aqueles que querem trabalhar e as
lideranças rebeldes desapareceram, num comportamento inaceitável e
lamentável, que só prejudica os trabalhadores de São Paulo. A polícia
tem que investigar esse tipo de comportamento, com autorização judicial
vasculhar as ligações dessas pessoas para saber quem está sabotando a
cidade desta maneira”, defende Jilmar Tatto.
O secretário municipal diz que haverá uma reunião no Tribunal
Regional do Trabalho de São Paulo na tarde desta quarta-feira, onde
representantes do sindicato, das empresas de ônibus e da prefeitura
devem decidir como deve ser o procedimento do Poder Pública a partir de
agora, já que todos os canais de negociação com a categoria foram
respeitados pela prefeitura no fechamento do acordo coletivo. Tatto não
descarta o uso de ação policial para garantir a mobilidade da cidade.
“Possivelmente haverá uma reunião na delegacia regional do
trabalho, pra verificar que medidas podemos tomar para resolver esse
impasse. Por enquanto a cidade ainda consegue se movimentar e está
andando. A ação deles ontem foi sair para as ruas e travar a cidade. O
que nós estamos atentos é para que, se isso acontecer novamente, a
polícia desobstrua as ruas. Não deixe eles atravessarem os ônibus nas
vias e trancarem a cidade”, explica o secretário.
A greve de parte dos motoristas e cobradores de ônibus em São Paulo
começou no final da tarde de ontem, pegando todos de surpresa e sem
aviso prévio para as autoridades se prepararem. Há relatos de que os
motoristas no meio da tarde mandaram os passageiros descerem dos ônibus,
largando todos no meio de caminho para casa.
No segundo dia de greves hoje, pelo menos três terminais de ônibus
urbanos estão fechados na cidade e algumas vias da Zona Sul estão
paralisadas, segundo a SP Trans.
Os terminais mais prejudicados são o Lapa (zona Oeste), Dom Pedro
(Centro) e o terminal Capelinha (zona Sul), que foram fechados pelos
motoristas e cobradores de ônibus.
Os terminais Pirituba, Cachoeirinha e Casa Verde estão vazios porque os coletivos não saíram das garagens para trabalhar.
Cinco das nove empresas de ônibus da capital paulista estão
paralisadas nesta quarta-feira: Santa Brígida, Gato Preto, Sambaíba, Via
Sul e VIP, segundo informações da secretaria de Transportes da cidade.
Fonte: Terra
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