A CPTM aumentou na tarde de hoje a proposta de reajuste salarial feita
aos ferroviários, que ameaçavam iniciar uma greve da categoria a partir
de amanhã na capital paulista. Com isso, os quatro sindicatos fizeram
assembleia e, ao menos, dois deles já tinham decidido suspender a
paralisação por volta das 19h40.
Em reunião no TRT (Tribunal Regional do Trabalho), a empresa propôs
reajuste salarial de 7% --em negociações anteriores, o percentual
proposto era de cerca de 4%. Também foram oferecidos outros benefícios
como de vale-refeição de R$25 por dia; vale-alimentação de R$160;
auxílio materno-infantil corrigido a 7%; entre outros.
Durante as negociações de hoje, a desembargadora Ivani Contini invocou
uma "cláusula de paz" entre as partes, para que não haja greve enquanto o
processo de negociação avança.
Uma nova reunião já está marcada entre CPTM e os sindicatos da categoria
para a próxima segunda-feira.
"Foi uma avanço, mas além do financeiro a gente quer discutir outras
coisas. Tem uma das cláusulas que se refere aos 1.750 maquinistas que
trabalham oito horas corridas, sem refeição. Nós estamos propondo
jornada se seis horas para resolver esse problema.
Funcionário não quer
greve, a gente quer negociação", disse Manuel José Cavalcanti, do
sindicato Central do Brasil.
Além do Central do Brasil, que é responsável pelas linhas 11 e 12 da
CPTM, o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias de São
Paulo também já encerrou a assembleia e decidiu manter os trabalhos. Os
sindicatos devem fazer nova assembleia às 18h da próxima segunda-feira,
após reunião com a CPTM.
Caso não haja avanço nas negociações, a categoria aponta que pode haver
paralisação na terça-feira. A última greve dos trens de São Paulo
ocorreu em junho do ano passado, quando foram afetadas ao menos três
linhas da CPTM. Os ônibus e metrôs foram reforçados na ocasião e a
cidade registrou trânsito acima da média.
METRÔ
Os metroviários também estão em estado de greve desde o início da semana
e suspenderam a partir de hoje as operações "Plataforma", que auxilia
os passageiros durante embarque e desembarque; e "Embarque Melhor", que
reserva os primeiros e últimos vagões para o embarque preferencial.
O Metrô informou, em nota, que a suspensão dessas operações "coloca em
risco a segurança dos 4,6 milhões de usuários transportados diariamente e
a operação do sistema".
No
início da noite de hoje, a estação República apresentou filas nas
catracas, o que foi atribuído a ação dos metroviários pela empresa.
O sindicato dos metroviários, porém, afirmou que as ações propostas pela
categoria para chamar a atenção para suas reivindicações não são
capazes de prejudicar o sistema ou causar filas entre usuários.
"A mobilização do sindicato é deflagrada durante o processo de
negociação de um acordo coletivo de trabalho, no qual o Metrô tem se
mantido aberto ao diálogo e buscado um resultado que seja satisfatório
para todos. A atitude do sindicato é irresponsável e somente prejudica a
prestação dos serviços do Metrô à população", afirmou a empresa.
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