Com a paralisação, os paulistanos tiveram de encontrar alternativas de última hora para conseguir voltar para casa
à noite. As peruas e ônibus das cooperativas municipais, que operam
mais nas periferias, e os coletivos intermunicipais, cujas tarifas são
mais caras, eram as opções mais visadas, levando à superlotação. O metrô
também sofreu consequências.
No Terminal Barra Funda, na zona oeste, os ônibus cooperados da linha Jardim
Guarani, que vai até a zona norte, saíam extremamente cheios. "Nunca vi
isto aqui assim. Já estou há mais de uma hora na fila e só vou
conseguir chegar em casa
lá pelas 22h", disse por volta das 18h a auxiliar de limpeza Isabel de
Paula, de 55 anos. O itinerário que ela utiliza é administrado pelo
consórcio Transcooper Fênix. As cooperativas, responsáveis por 40% da
frota, não estão em greve, pois seus funcionários não pertencem ao mesmo
sindicato dos motoristas e cobradores das empresas.
Pela primeira vez, o segurança Sidoelson Gomes, de 54 anos, tentou embarcar em um ônibus da Empresa
Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU), que pertence ao governo do
Estado, para ir para casa. Ele mora em Taipas, no extremo da zona
norte. "O problema é que esse ônibus é mais caro e vai me deixar a meia
hora de casa. Vou ter de vencer o restante andando mesmo."
Metrô. No caso do metrô, a Linha 4-Amarela registrou
superlotação e empurra-empurra na Estação Pinheiros, que se conecta à
Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e a um dos terminais de ônibus fechados pela paralisação. Às 19h40, a reportagem presenciou pessoas se agredindo para vencer os vários lances de escadas rolantes. Seguranças da concessionária ViaQuatro tentavam controlar o enorme fluxo.
Na Linha 3-Vermelha, para escapar da multidão, o segurança Wellington
Roberto Silva, de 33 anos, embarcou no sentido contrário ao destino
para tentar pegar um trem mais vazio. Ele trabalha na Rua 25 de Março e
mora na região de Itaquera, na zona leste paulistana.
O Metrô informou que teve de fechar temporariamente as Estações
República, Anhangabaú e Sé por segurança, por causa do enorme fluxo de
passageiros nas plataformas.
Fonte: Estadão
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